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O cão que teremos, será aquele a quem demos atenção.


O meu cão salta muito para as pessoas!

O meu cão ladra muito quando quer brincar com a bola!

O meu cão mordisca mãos e pés!

Estas são algumas das queixas mais comuns, que chegam às nossas aulas. São comportamentos que o cão exibe, para conseguir obter algo, mas que são incómodos para as pessoas e, aparentemente, impossíveis de resolver. Mas será mesmo assim?


Na realidade, não será assim tão complicado. Basta pensarmos, e compreendermos, porque é que determinado comportamento se mantém, ao longo do tempo.

Os cães aprendem através das consequências, que os seus comportamentos lhes trazem. Se a consequência for a indiferença, consistente, dos humanos, esse comportamento, eventualmente, irá extinguir-se. Se a consequência for algo que o cão goste, esse comportamento irá repetir-se, sempre que o cão quiser obter algo. E, frequentemente, aquilo que o cão quer, é a nossa atenção. Vamos então perguntar-nos: como reagimos, habitualmente, no contexto das queixas que referimos acima?


Quando o cão salta para nós, provavelmente, vamos ralhar com ele (por vezes até com uma voz mais aguda), agitando os braços (na tentativa de o afastar) e tocando-o (ainda que sem intenção). Tudo isto são reacções que estimulam o cão a manter o comportamento: falar com ele, olhá-lo, tocá-lo. Estamos, afinal, a interagir com ele, de alguma forma. O objectivo do cão ficou, portanto, cumprido!

Quando o cão ladra para que atiremos a bola, sucede o mesmo, pois já estamos a dar atenção quando olhamos para ele e pedimos que se cale. E sabemos bem que acabamos por perder a paciência ao fim de algum tempo, e lá vamos nós atirar a bola, só para conseguirmos uns momentos de silêncio, certo? O que o cão aprendeu foi que, se for persistente no ladrar, eventualmente irá conseguir o que pretende.

O cão que mordisca mãos e pés é, frequentemente, aquele que se habituou a brincar desta forma. Quando estamos a descansar tranquilamente no sofá, e não existe um brinquedo por perto, abanar mãos e pés, parece ser uma óptima solução. No entanto, se não quisermos ser dolorosamente surpreendidos, em qualquer altura do dia ou da noite, esta não é, de facto, uma boa ideia. Este comportamento também pode ocorrer noutros contextos, em que o cão não está a conseguir obter aquilo que quer, sente-se frustrado, e irá tentar comportamentos mais invasivos, que nos irão causar mais incómodo, até conseguir obter a nossa atenção, o que acaba, geralmente, por acontecer.


A solução para estes comportamentos indesejáveis, bem como para a maioria dos comportamentos problemáticos, está na prevenção. Cabe-nos a nós, humanos, preparar o ambiente, e responder às necessidades básicas do nosso cão, antecipadamente, para que ele não chegue a iniciar tais comportamentos.

Antes que o cão salte, ladre ou mordisque, vamos nós pegar num brinquedo apropriado e interagir durante uns momentos com ele. Brincar é uma actividade através da qual se satisfazem as necessidades básicas do cão – de estimulação física, mental e também social –, sendo extremamente importante, no fortalecimento da relação entre o cão e a sua família.


Se não foi a tempo de prevenir o comportamento, e este já está a ser exibido, o castigo físico ou verbal não será uma boa opção, pois poderá fazer surgir comportamentos alternativos ainda mais inconvenientes. Poderá também aumentar a ansiedade do cão e quebrar a ligação com a família, originando até problemas comportamentais.

Ignorar será o melhor caminho, pois, de outra forma, conforme falámos, corremos o risco de estar a reforçar o comportamento.


Todos estes conselhos serão adequados a qualquer outro animal.


Parece-lhe complicado? Pensa que, na prática, talvez não seja bem assim? Precisa de ajuda na implementação deste protocolo? Procure um profissional competente, que trabalhe exclusivamente com métodos baseados no reforço positivo. Poderá entrar em contacto connosco aqui!

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