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O meu cão adora estes biscoitos, não percebo porque não come...


O meu cão adora estes biscoitos mas, quando estamos na rua, não os quer comer!

Quando estou a treinar o meu cão, ele perde o interesse rapidamente!

O meu cão não se foca e mim, mesmo quando tenho comida para lhe dar!

Costuma questionar-se sobre a razão destes fenómenos? Porque recusam os cães a comida que tanto gostam? Porque não colaboram connosco, em troca daqueles biscoitos que compramos especialmente para eles?


A razão é bastante simples. Executaria uma tarefa exigente, de risco, ou de enorme responsabilidade, em troca do ordenado mínimo? Pois é, os cães também não.

Seja na educação básica, seja na modificação comportamental, é importante perceber o valor que cada tipo de comida tem, para o animal. Quanto maior for o grau de dificuldade do comportamento que pretendemos que execute, maior terá que ser o valor da comida que iremos dar como "pagamento". É, por isso, importante, estabelecer uma hierarquia de recompensas.


Por exemplo, numa sessão de treino de obediência básica, poderemos até utilizar a ração habitual, se estivermos dentro de casa, um local bem conhecido do cão, onde não há novidades interessantes para cheirar. No entanto, para conseguirmos os mesmos objectivos, numa sessão no exterior, já teremos que recorrer a um snack bem mais saboroso, pois estaremos a competir com uma série de novos estímulos que, mesmo que o cão não queira interagir com eles, irão, pelo menos, ser uma distracção.


Da mesma forma, numa sessão de modificação comportamental, na presença de um estímulo que o cão considera aversivo, teremos que recorrer a comida de alto valor, para conseguir a atenção do cão ou recompensar o comportamento adequado, de uma forma que seja relevante para o cão, sobrepondo-se ao estímulo aversivo. Lembre-se que estamos constantemente em competição com o ambiente, e com os outros interesses, ou medos, do cão.

Um exemplo de uma hierarquia de recompensas, poderá ser o desta imagem:


1) ração ou biscoitos "de agua e sal", como lhes costumo chamar, pois desfazem-se ao partir, não tendo grande sabor - podem ser utilizados dentro de casa ou com distracções mínimas;


2) biscoitos semi-húmidos, fáceis de partir e com bastante sabor e cheiro - para utilizar em zonas exteriores, mas familiares, como o jardim ou pátio em frente da casa;


3) queijo, fiambre ou outra comida humana, sem cheiro ou sabor muito intensos - utilizar em passeios tranquilos, sem muitos estímulos;


4) salsicha, frango ou vaca cozidos, ou outro alimento humano, de sabor e cheiro intensos - adequados para contextos exigentes, com muitas pessoas, cães, carros ou outros estímulos.


Os petiscos podem ser partidos em pedaços muito pequenos, para que o cão não fique rapidamente satisfeito e perca o interesse na comida. Dependendo do tamanho do cão, poderá variar entre uma ervilha, um feijão ou uma fava, mas não mais do que isso.

No entanto, em contextos mais exigentes, teremos que avaliar a necessidade de oferecer ao cão um pedaço maior, ou mais do que uma unidade, especialmente quando se trata de um processo de modificação comportamental, pela dificuldade acrescida que representa para o cão, estar na presença de um estímulo aversivo.


Lembre-se: ainda que ache que está a dar ao cão um snack fantástico, ele pode ter outra opinião. Por isso é importante que conheça bem as preferências do seu cão, pois são todos diferentes. Inclusivamente, o cão pode até não se interessar por comida, e preferir uma brincadeira com o seu humano, ou interagir com outro cão, ou cheirar um árvore, como forma de recompensa.


Todos estes conselhos serão adequados a qualquer outro animal.


Precisa de ajuda na compreensão e implementação deste processo? Procure um profissional competente, que trabalhe exclusivamente com métodos baseados no reforço positivo. Poderá entrar em contacto connosco aqui!

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